Ministério Público investiga viagens pagas pela NOS

A Procuradoria-Geral da República diz que enviou para o DIAP de Lisboa os elementos que recolheu sobre as viagens que a NOS pagou a altos quadros do Ministério da Saúde.

O Ministério Público já está a investigar as viagens que a NOS pagou aos altos quadros do Ministério da Saúde à China, em junho de 2015.

Questionada pelo ECO sobre se os quadros do Ministério da Saúde que viajaram à China também serão alvo do inquérito aberto este mês, a Procuradoria-Geral da República diz que “procedeu à recolha de elementos e decidiu enviá-los ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa com vista a investigação“.

Em causa está uma visita, promovida pela Huawei, ao hospital de Zheng Zhou, na China, para observação do funcionamento do sistema de telemedicina daquela unidade de saúde. A visita foi promovida pela Huawei, mas as viagens, como noticiou o ECO na segunda-feira, foram pagas pela NOS, parceira da empresa chinesa, que pagou cerca de 12.500 euros pelas passagens de avião.

A viagem decorreu entre os dias 2 e 15 de junho de 2015 e contou com 14 convidados, dois quais cinco são altos quadros da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS): Rui Gomes, da Direção de Sistemas de Informação; Nuno Lucas, do departamento de Comunicações, Infraestruturas, Produção e Segurança; Rute Belchior, da Direção de Compras Transversais; Ana Maurício d’Avó, responsável de Comunicação e Relações Públicas; e Artur Trindade Mimoso, vogal executivo do conselho de administração da SPMS.

Este mês, o Ministério Público já tinha aberto um inquérito às viagens à China que a Huawei pagou a vários políticos. Neste caso, estão envolvidos Nuno Barreto, adjunto do secretário de Estado das Comunidades entretanto afastado pelo Governo, Paulo Vistas, presidente da Câmara de Oeiras, Sérgio Azevedo, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Ângelo Pereira, vereador do PSD na Câmara de Oeiras, e Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela. As investigações são assim alargadas aos novos que aparecem envolvidos neste caso.

O Governo também está a investigar estes casos. O Ministério da Saúde já confirmou que pediu a intervenção da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para averiguar os factos e apurar “eventuais responsabilidades”. Espera-se uma decisão do ministro Adalberto Campos Fernandes nos próximos dias em relação ao referidos altos quadros. Também a Autoridade Tributária (AT) está a investigar o caso, uma vez que Carlos Santos, quadro da AT, também foi à China a convite de uma empresa privada.

Notícia atualizada às 11h40 com mais informação.

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