Fantasma de subida de juros leva Wall Street para o vermelho

Wall Street fechou em terreno negativo, mas nem todos os índices acompanharam esta tendência no fecho, embora estivessem alinhados na abertura. O que mudou, quando a perspetiva foi de aliviar da tensão nas Coreias? A divulgação das vendas a retalho nos EUA, que superaram as expectativas pela positiva, mas que alimentam agora os receios dos mercados de que a Reserva Federal norte-americana volte a aumentar as taxas de juro este ano.

O índice principal o S&P500 fechou a cair 0,05% nos 2.464,61 pontos. O tecnológico Nasdaq afina pelo mesmo diapasão com uma queda de 0,11%, para os 6.333,01. Mas o industrial Dow Jones fechou a ganhar 0,02%, nos 21.998,99.

As vendas a retalho registaram em julho uma subida de 0,6%, depois de um avanço de 0,3% no mês anterior, sendo que dez das 13 categorias do retalho apresentam ganhos, revelaram os dados do Departamento do Comércio. Este desempenho reforça os argumentos de quem defende uma política monetária mais restritiva nos Estados, como por exemplo presidente do Banco da Reserva Federal de Nova Iorque. William Dudley já disse que defende uma nova subida de juros este ano.

Menos positivos são também os níveis da dívida norte-americana que atingiram um novo nível recorde, no segundo trimestre do ano, depois de, no início do ano ter ultrapassado o pico pré-crise, graças aos créditos para a compra de casa, carro e cartões de crédito que explicam este aumento, nos quais houve um aumento do incumprimento. A dívida total das famílias norte-americanas atingiu os 12,84 biliões de dólares no segundo trimestre, revela o banco da Reserva Federal de Nova Iorque, publicado esta terça-feira.

Este sentimento nos mercados americanos está em contramão com as principais praças europeias que fecharam em terreno positivo (exceção feita para o PSI-20 que terminou a sessão no vermelho).