EDP compra só 5% e não consegue tirar Renováveis da bolsa

EDP só comprou 5% da EDP Renováveis na oferta pública de aquisição. Resultado impede Mexia de retirar a sua subsidiária de bolsa, que se mantém no mercado com liquidez mais baixa.

A EDP ficou com 82,56% da EDP Renováveis após a conclusão da oferta pública de aquisição (OPA) em que investiu 297 milhões de euros. Este resultado não permite à elétrica liderada por António Mexia avançar com a aquisição potestativa das restantes ações, pelo que a subsidiária de energias limpas se vai manter em bolsa, mas com liquidez ainda mais reduzida.

No total, a EDP conseguiu comprar 43,9 milhões de ações da EDP Renováveis, o equivalente a apenas 5,03% dos cerca de 22,5% de capital que ainda não detinha na cotada presidida por Manso Neto, segundo os resultados da OPA divulgados pela Euronext Lisboa.

Uma vez que garantiu menos de 90% do que estava em oferta e passou a deter menos de 90% da EDP Renováveis, a EDP fica impossibilitada de lançar uma OPA potestativa, na qual os acionistas “resistentes” seriam obrigados a vender as ações a 6,75 euros por unidade. E fica ainda impedida de concretizar a intenção de retirar a EDP Renováveis de bolsa, ainda que tenha reduzido ainda mais sua dispersão bolsista.

Para comprar esta posição de cerca de 5%, a EDP investiu um total de 296,75 milhões de euros.

Embora imprevisível, o resultado da OPA acaba por confirmar a resistência dos acionistas minoritários face àquilo que consideram ser um baixo preço oferecido pela EDP, de 6,75 euros. Esta foi inclusivamente a principal crítica lançada pelos pequenos investidores e até por acionistas institucionais da EDP Renováveis, como o fundo americano MFS e o fundo britânico Ecofin.

No caso da MFS, que detém 4% na empresa de energias limpas, os americanos já tinham afirmado que não iriam vender as suas ações caso a EDP não revisse a contrapartida em alta, o que já deixava antever uma baixa adesão do mercado a esta oferta.

Em aberto fica a possibilidade de a EDP avançar com uma fusão transfronteiriça por incorporação da EDP Renováveis — que tem sede em Espanha. Este tema foi pouco explorado pela elétrica nacional aquando do lançamento do prospeto, mas pode determinar a saída da subsidiária da bolsa.

EDP Renováveis mantém-se no PSI-20

No documento de apresentação dos resultados, a Euronext Lisboa informa que a EDP Renováveis irá continuar a figurar no PSI-20, o principal índice bolsista português que mantém assim as 19 cotadas.

Isto apesar de a OPA ter reduzido ainda mais a dispersão em bolsa da cotada liderada por Manso Neto, que passa agora a ter disponíveis para negociação 17,44% do capital.

(Notícia atualizada às 17h05)

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