Casalinho: Há investidores que já estão à espera da subida do rating

Presidente do IGCP considera que resultado do leilão a 28 anos é encorajador. E adianta que já há investidores no mercado português de dívida a anteciparem um melhoria do rating de Portugal.

Cristina Casalinho, presidente do IGCP, adiantou esta sexta-feira no Parlamento que há cada vez mais investidores confortáveis com a dívida pública e que já estão a antecipar a uma melhoria do rating de Portugal. E considerou que os resultados do leilão de muito longo prazo são “encorajadores”.

“Há investidores a posicionarem Portugal num intervalo temporal aceitável no universo do grau de investimento”, declarou Casalinho na audição anual na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.

As três principais agências de rating mundiais — Fitch, Moody’s, Standard & Poor’s — colocam a dívida portuguesa com um rating considerado de “investimento especulativo. Na sua última avaliação, a Fitch melhorou o outlook para positivo, deixando a porta aberta a uma melhoria da notação para um grau de investimento, fora da categoria lixo. Mas Casalinho recusa antecipar qualquer melhoria do rating.

“Se o mundo fosse perfeito, a Fitch alterou o outlook para positivo e daqui a seis meses faria a melhoria do rating. Nós vimos que, no caso da Fitch manteve Portugal com um outlook positivo durante dois anos e depois retrocedeu”, recordou a líder da agência de gere a dívida pública.

Confrontada pelos deputados acerca dos desafios na gestão da dívida, Casalinho assumiu que 2021 é o ano mais exigente em termos de reembolsos, mas adiantou que o IGCP está a fazer o seu “trabalho de formiguinha” no sentido de mitigar os efeitos daquela que é a “maior vulnerabilidade” do perfil de reembolsos. “Achamos que ainda é gerível. Temos de fazer os reembolsos ao FMI que vão retirar 2.000 milhões ao bolo de reembolsos em 2021. Este ano já fizemos recompras. Esperamos continuar a fazer este ano, embora privilegiando o FMI. É um trabalho de formiguinha a fazer ano a ano”, precisou a responsável.

Destacou ainda o resultado do leilão da 28 anos realizado esta semana. O IGCP foi ao mercado levantar 315 milhões de euros em obrigações a 28 anos, tendo pago um juro abaixo de 4%. Para Casalinho, foi um resultado “bastante mais encorajador” comparando com o leilão semelhante realizado em 2016.

“Permite-nos acalentar condições de mercado, apesar da retirada dos estímulos, em que os investidores estão mais confortáveis com o crédito português”, disse Casalinho.

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