Queda dos preços trava valorização do euro

  • Rita Atalaia
  • 30 Junho 2017

Draghi estava confiante de que os fatores que estão a pressionar os preços iriam aliviar. Mas a inflação voltou a desacelerar em junho... e a atirar o euro para o vermelho.

A inflação desacelerou… e o euro cedeu. A moeda única tocou máximos, animada pelas declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE) de que os fatores que pesam na recuperação da inflação são sobretudo temporários. Uma declaração que foi entendida como um sinal de que os estímulos podem estar a chegar ao fim. Mas os preços voltaram a recuar em junho, o que acabou por contrariar estas expectativas e pressionar o euro.

A moeda única está a cair 0,33% para 1,14 face ao dólar. Isto depois de ter acumulado ganhos de mais de 2% em três dias. A desvalorização do euro acontece depois de os preços terem caído para 1,3% este mês, face aos 1,4% registados em maio, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Eurostat. Segundo analistas consultados pela Bloomberg, esta tendência não deve mudar nos próximos meses. Um cenário que vai permitir que o BCE ganhe tempo antes de sinalizar em setembro que vai começar a sair da política de alívio monetário em 2018.

Esta desaceleração da inflação contraria as declarações de Mario Draghi de que os efeitos que têm enfraquecido a inflação são temporários e que não vai permitir que o ritmo de evolução dos preços se desvie daquela que é a meta do banco central no médio prazo. E voltou a notar que “a ameaça de deflação já não existe e que as forças reflacionárias [impulso dos preços por via de políticas orçamentais] estão em jogo”. A mensagem levou os investidores a acreditar que o BCE pode começar a retirar os estímulos mais cedo que o previsto.

Já o vice-presidente do BCE pareceu deixar uma mensagem menos otimista. Em declarações à CNBC, Vítor Constâncio indicou que os fatores em torno da inflação não estão a responder ao que era esperado. A partir do Fórum do BCE em Sintra, Constâncio deixou mesmo a questão: estarão corretas as medidas de estímulo à economia?

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