António Costa: Número de mortes no incêndio será “muito superior”

António Costa, primeiro-ministro, disse em Pedrógão Grande que o número de mortes deverá ser “muito superior” às 61 confirmadas pelas 16h deste domingo. “Infelizmente iremos encontrar ainda mais vítimas”, afirmou aos jornalistas no teatro de operações.

O governante avançou também que estarão cerca de 400 membros da segurança social no terreno e que as provas escolares vão ser adiadas para os alunos dos concelhos afetados, uma vez que as escolas deverão permanecer fechadas. “Quanto aos impactos financeiros, neste momento é absolutamente prematuro avaliar”, acrescentou.

“Temos aqui uma situação muito específica: pela primeira vez, uma calamidade de dimensão humana absolutamente desproporcionada equivalente ao número de incêndios e impactos materiais. É uma realidade nova, distinta, seguramente mais dura. Vai exigir de nós nervos de aço”, reforçou António Costa na tarde deste domingo.

O chefe do Governo garantiu estar a receber muito apoio dos parceiros internacionais e que “as necessidades superam sempre os meios disponíveis”. “Infelizmente há várias ocorrências em todo o país”, recordou. Haverá pessoas a combater as chamas há 36 horas ininterruptas, pelo que o primeiro-ministro lembrou que “são essenciais reforços para render os homens”.

Indicou também que as comunicações têm vindo a ser reestabelecidas aos poucos, após várias falhas resultantes na destruição de equipamentos e parcelas das redes das operadoras de telecomunicações. “A PT relatava que muitos dos cabos que tinha reposto derreteram”, concluiu António Costa.

Aldeias evacuadas estão cercadas

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, adiantou ainda que, pelas 15h40, tinham sido evacuadas “duas aldeias em Figueiró dos Vinhos e uma em Pedrógão Grande”. “Neste momento temos quatro frentes ativas. Duas já tinham sido dominadas mas voltaram a reacender-se”, avançou.

“Os meios terrestres estão a ser reforçados com seis pelotões militares. Estamos com condições meteorológicas muito adversas. Neste momento o tempo é mesmo de combate, de combate sem tréguas”, disse a governante.