Draghi mantém juros. Deixa cair referência a novos cortes

  • Rita Atalaia
  • 8 Junho 2017

O conselho de governadores liderado por Mario Draghi manteve a taxa de juro nos 0%. Uma decisão que era esperada pelo mercado. Analistas estão agora atentos às previsões macroeconómicas do BCE.

O conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) deixou inalterada a taxa de juro diretora na Zona Euro, uma decisão amplamente esperada pelos analistas. Decidiu ainda manter a dimensão atual do programa de estímulos económicos, que prevê a compra de 60 mil milhões de euros de ativos mensais. O banco central liderado por Mario Draghi deixou ainda cair a referência de que a taxa de juro pode ser novamente cortada.

Os responsáveis de política monetária do espaço do euro mantiveram a taxa de juro de referência do espaço do euro nos 0%, um mínimo histórico fixado em março de 2016. Uma decisão que não desiludiu o mercado. O BCE prevê que a “taxa de juro se mantenha nos níveis atuais durante um longo período de tempo e muito depois de terminar o programa de compra de ativos”.

O foco vira-se agora para as declarações de Mario Draghi, que realizará uma conferência de imprensa às 13h30. O mercado vai tentar perceber o que é que justifica esta mudança de abordagem do BCE e ainda vai estar atento às previsões macroeconómicas do banco central liderado por Mario Draghi.

Os analistas vão estar atentos a quaisquer novidades sobre as previsões para a economia. “Os mercados aguardam novidades ao nível das previsões macroeconómicas. O BCE deverá dar mais sinais que a política monetária ultra acomodatícia poderá começar a ser revertida nos próximos meses”, afirmam os analistas do BPI.

"Os mercados aguardam novidades ao nível das previsões macroeconómicas. O BCE deverá dar mais sinais que a política monetária ultra acomodatícia poderá começar a ser revertida nos próximos meses.”

Analistas do BPI

Michael Krautzberger, da BlackRock, refere que, “de certa forma, a Europa precisa de um período mais longo de crescimento forte para compensar o que as pessoas chamam de década perdida”. Os analistas consultados pela Bloomberg estimam que Draghi reconheça que os riscos em torno da recuperação já não estão inclinados para uma descida, mas sim equilibrados. Uma frase que não é usada desde agosto de 2011 — quando o banco central era liderado por Jean-Claude Trichet.

O presidente do BCE também disse recentemente que não vê ainda razões para alterar o rumo da política monetária na Zona Euro. Mario Draghi reiterou o compromisso de terminar o programa de estímulos antes de começar a subir as taxas de juro diretoras. “Não há razões para qualquer desvio face às indicações que temos consistentemente fornecido nas declarações introdutórias das nossas conferências de imprensa”, referiu Draghi, num discurso em Madrid.

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