“A banca portuguesa tem excesso de liquidez”

Paulo Macedo diz que a última década foi uma "década perdida para o setor". Que os lucros dos próximos anos não vão compensar perdas passadas, mas que a banca está melhor. E tem excesso de liquidez.

Paulo Macedo traçou o cenário negro que a banca portuguesa viveu nos últimos anos no 3º Encontro Fora da Caixa, que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) faz com clientes. Mas o presidente executivo da CGD está agora mais confiante para o futuro. Diz que o setor já se recompôs. E tem “excesso de liquidez”, pelo que quer dar crédito mas “a bons projetos”.

O presidente executivo do banco estatal fez o retrato daquilo a que chama “a década perdida para o setor”, dizendo que os lucros “dos próximos cinco anos não vão compensar as perdas dos últimos cinco”. “Houve uma transferência [de riqueza] dos acionistas da banca para os acionistas das empresas insolventes”, atirou no encontro que decorreu em Lisboa, na Aula Magna.

Atualmente, Macedo mostra-se otimista e diz que a banca já tem “excesso de liquidez”. O rácio de transformação da banca, hoje em dia, ronda ou está abaixo dos 100%. O da CGD está em 90,6% e, segundo Paulo Macedo, isto aumenta a segurança dos bancos. “A Caixa quer conceder crédito a bons projetos. Tem liquidez e um bom rácio de transformação”.

Para Lisboa, onde decorreu este encontro, Macedo diz que a CGD tem 25% de quota e que tem disponíveis “quatro mil milhões para renovação de linhas de crédito” na região.

Sobre o futuro, diz que a CGD é um “banco sólido”. “Estaremos aqui daqui a dois, cinco ou dez anos, mais próximos dos clientes. A administração está serena, mas pronta para a luta”, garante. Isto numa altura em que o banco está a encerrar balcões. Em relação à geografia da CGD, Macedo disse que “França é rentável e próxima dos emigrantes”. Quanto a Almeida, “não há qualquer dúvida, não há qualquer dado novo”, apontando no sentido de que a decisão de encerrar o balcão é irreversível. Mas diz que o banco tem vindo “a satisfazer as necessidades das pessoas”.

A nível interno, Paulo Macedo refere que a CGD abriu este ano um programa de reformas e pré-reformas “em condições ímpares” e os trabalhadores não só “estão a aderir”. O plano de recapitalização do banco estatal que foi acordado com Bruxelas prevê que a CGD reduza em 2.500 o número de colaboradores.

Já no final, à conversa com os jornalistas, Macedo qualificou de “excelente notícia” a saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos (PDE), já que “dá margem de manobra ao país e aumenta a confiança na banca”. Mais importante que o PDE é, para Macedo, o rating da República, “devido à ligação entre a notação da CGD e a do país”.

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