Cidades têm de deixar de ser desenhadas a pensar nos carros

  • Lusa
  • 7 Maio 2017

O ministro do Ambiente diz que são precisos "serviços de mobilidade e não de automóveis". Defende que se acabe com o "automóvel como rei" das cidades.

João Pedro Matos Fernandes defende que as cidades não podem continuar a ser desenhadas a pensar nos automóveis, que acabam por estar parados cerca de 92% do tempo.

“Temos, de uma vez por todas, que perceber que o que precisamos é de serviços de mobilidade e não de automóveis. Os carros de cada um de nós estão parados 92% do tempo e, por isso, não podemos continuar a desenhar as cidades e os centros urbanos a pensar no automóvel como rei”, sustentou o ministro do Ambiente.

Durante a inauguração da Ecopista de S. Pedro do Sul, que decorreu esta manhã, João Pedro Matos Fernandes sublinhou a importância de as cidades serem pensadas em função das pessoas.

“Os reis e as rainhas somos nós e a forma como escolhemos nos apropriar do território”, acrescentou.

"Os carros de cada um de nós estão parados 92% do tempo e, por isso, não podemos continuar a desenhar as cidades e os centros urbanos a pensar no automóvel como rei.”

João Pedro Matos Fernandes

Ministro do Ambiente

Na sua intervenção, o representante do Governo aproveitou para se congratular com a construção da Ecopista de S. Pedro do Sul, cujo investimento rondou os 300 mil euros, por se tratar de uma obra fundamental para atrair gente e criar bem-estar.

“Estes projetos terão de evoluir, para deixar de ter apenas uma utilização turística ou uma utilização de desporto e lazer, para passar a ter utilização quotidiana”, apontou.

Aos jornalistas, o ministro do Ambiente referiu que as autarquias desenham, cada vez mais, as cidades e os centros urbanos configurados para a mobilidade e para a promoção do transporte coletivo.

“A maior parte das deslocações, de casa para o trabalho e de casa para a escola, em cerca de 90%, são na mesma freguesia, com seis quilómetros de distância. E não faz sentido continuarmos a usar continuadamente o automóvel nestas situações”, alegou.

No seu entender, o futuro próximo passa pelas deslocações a pé, de bicicleta ou em transportes coletivos, destacando ainda que o Governo vem fazendo “um esforço muito grande” ao nível da mobilidade elétrica.

“A vida que cada um de nós tem nem sempre é compatível com a oferta de transportes que têm horários fixos, por isso tem de haver sempre estas formas de mobilidade individual. A mobilidade elétrica é fundamental e se ela for partilhada melhor ainda”, explicou.

O ministro do Ambiente participou ainda na colocação da primeira pedra da obra de construção da ETAR Intermunicipal de Valgode, orçada em cerca de quatro milhões de euros e que irá servir os concelhos de S. Pedro do Sul e Vouzela.

“Portugal ainda tem um longo caminho para percorrer nas questões de acessibilidade, enquanto nesta área do saneamento básico Portugal já percorreu uma parte expressiva desse caminho. Ainda há coisas por acabar e esta ETAR é uma das que estava em falta, mas está longe de ser a única em falta no país”, concluiu.

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