Companhia aérea Alitalia abre falência

A Alitalia, uma companhia aérea italiana, desencadeou o processo formal de falência depois de receber aprovação do conselho de administração. É a segunda vez no espaço de uma década.

Em 2007, a Alitalia detinha 23% do mercado italiano.Wikimedia Commons

A companhia aérea italiana Alitalia SpA desencadeou os procedimentos para declarar falência. A notícia surge depois de os trabalhadores terem rejeitado os fundamentos de um plano de recapitalização de dois mil milhões de euros com o objetivo de salvar a empresa, que atravessa “uma séria situação económica e financeira”, lê-se num comunicado. Entre os pontos mais contestados estão as concessões e os cortes ao nível dos postos de trabalho, indica a agência.

Esta é a segunda vez que a empresa abre falência no espaço de uma década. O processo está a ser aberto após a intenção ter sido votada e aprovada pelo conselho de administração. Os acionistas aceitaram, por unanimidade, colocar a empresa sob administração especial, reconhecendo a impossibilidade de encontrarem alternativas. Segundo a Bloomberg, ao abrigo da lei italiana, o Governo deverá providenciar fundos para manter as operações da Alitalia.

Depois, nomeará supervisores para recuperar a empresa ou decretar a sua liquidação. Os supervisores terão um prazo de 180 dias para apresentar um novo plano para reestruturar a empresa evitar a liquidação ou ordenar a mesma. É possível estender o prazo por mais 90 dias.

O Governo italiano já descartou a hipótese de canalizar mais dinheiro para recapitalizar a companhia. Citado pela agência, o ministro das Finanças, Pier Carlo Padoan, já veio lembrar que a Alitalia é “uma empresa privada”, à responsabilidade dos acionistas e administradores. Disse ainda esperar que a empresa possa ser vendida “como um todo” e “não em partes”.

A Alitalia registou fracos desempenhos nos últimos anos, levando a uma perda substancial da quota de mercado em Itália ao longo da última década. Em 2015, o último ano em que a Alitalia publicou resultados, registou prejuízos na ordem dos 199 milhões de euros. Desde 2009, quando interpôs o primeiro processo de falência, que perdeu já quase três mil milhões de euros, indica a agência.

Além disso, enquanto em 2007 a Alitalia era um peso pesado e garantia 23% do mercado, em 2015 já só detinha 18% do mesmo. O primeiro lugar é, atualmente, ocupado por uma lowcost: a Ryanair, com 23% do mercado. Para comparação, detinha apenas 12%, cerca de dez anos antes.

(Notícia atualizada às 12h04 com mais informação)

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