Investimento recorde: Cinco mil milhões de euros para concorrente da Uber

A Didi Chuxing, que comprou o negócio da Uber na China, executou uma ronda de investimento recorde de cinco mil milhões de euros. É já a segunda startup mais valiosa do mundo.

A Didi Chuxing quer agora expandir operações para fora da China. É já a segunda startup mais valiosa do mundo, depois da Uber.iphonedigital/Flickr

A Didi Chuxing, gigante chinesa das plataformas eletrónicas de transporte, angariou mais de cinco mil milhões de euros numa ronda de investimento recorde. O capital põe a empresa a valer quase 46 mil milhões de euros, contra 31,2 mil milhões que passou a valer quando comprou o negócio da concorrente Uber na China. Com este capital, a empresa chinesa espera expandir operações para fora do país e apostar no desenvolvimento de carros autónomos e tecnologias adjacentes.

A operação foi confirmada pela empresa em comunicado, mas a lista dos investidores não foi revelada ao público. No entanto, a Bloomberg cita pessoas próximas do processo, que garantem que, entre eles, está o grupo SoftBank, responsável pelo maior fundo de investimento de todo o setor tecnológico. A lista incluirá também a Silver Lake Kraftwerk, o China Merchants Bank e um ramo do Bank of Communications.

Agora, a Didi Chuxing é não só mais valiosa que a fabricante de smartphones chinesa Xiaomi, como é também considerada a mais valiosa startup depois da Uber. A Uber tem vindo a atravessar várias crises nos últimos meses e a concorrência começa a ganhar fôlego: ainda este mês, a concorrente Lyft executou uma ronda de investimento de 500 milhões de dólares (perto de 459 milhões de euros), valendo quase 6,9 mil milhões de euros.

Uma corrida pelo carro sem condutor

Uber e Alphabet têm apostado forte no desenvolvimento de tecnologias relacionadas com carros autónomos, mas a Didi Chuxing também. O facto é que tem bons motivos para o fazer: em várias cidades chinesas, incluindo Pequim e Xangai, o Governo está a fazer passar leis que obrigam os motoristas a serem residentes locais. Não precisando de condutor é uma forma — disruptiva, sim — de contornar esta limitação.

Mas a empresa está nisso para valer. A procura de emprego como motorista deste tipo de serviços vem das zonas mais rurais e não das cidades, o que causa transtorno à firma liderada por Chéng Wéi. Por isso, a Didi Chuxing quer aproveitar as enormes quantidades de dados gerados pelos 400 milhões de utilizadores espalhados por quatro centenas de cidades para alavancar a criação do muito afamado carro sem condutor.

Além disso, abriu já um laboratório de inteligência artificial em Mountain View, na Califória (EUA) — e é um íman de talento. Segundo a Bloomberg, a trabalhar com a Didi está um antigo especialista da… Uber. É Charlie Miller, um nome já conhecido no setor tecnológico por ter sido um dos dois hackers que, em conjunto, conseguiram invadir e controlar um automóvel Jeep Cherokee em andamento, à distância e com um jornalista lá dentro. O caso ocorreu no ano passado e ficou imortalizado por uma reportagem na revista Wired.

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