Dombrovskis: Há “apoio alargado” para que sejam criados bancos maus

  • Rita Atalaia
  • 18 Abril 2017

O vice-presidente da Comissão Europeia garante que há apoio suficiente para a criação de um banco mau que resolva o malparado dos países. António Costa já disse que a solução não passa por aqui.

O vice-presidente da Comissão Europeia defende que há um “apoio alargado” à criação de bancos maus nos países mais castigados pelo malparado. Valdis Dombrovskis diz que as chamadas empresas nacionais de gestão de ativos já funcionam em alguns Estados-membros e que se deve aproveitar a sua experiência. Apesar de defender que a União Europeia e os países podem unir esforços, o responsável europeu mantém o que já foi dito pelo Banco Central Europeu: cabe a cada um apresentar soluções para este problema que pesa no balanço dos bancos.

“Há um apoio alargado para desenvolver um plano sobre a criação de uma empresa nacional de gestão de ativos.” Ou seja, a criação de um banco mau, como aconteceu durante a crise financeira na Irlanda. É isto que defende o vice-presidente da Comissão Europeia na última conferência de imprensa do Ecofin realizado em Valeta, Malta. “Partilhamos a visão de que os rácios elevados de crédito malparado em vários Estados-membros estão a pesar no desempenho do setor bancário europeu e a ter implicações negativas para o crescimento económico.”

Apesar de a União Europeia e os Estados-membros poderem unir esforços para combaterem este entrave à rentabilidade dos bancos, o responsável europeu volta a salientar o que já foi dito por Mario Draghi: o problema do crédito malparado tem de ser resolvido por cada país. “O nível e a estrutura dos NPL (crédito malparado) difere de país para país e os instrumentos de política para resolver os NPL são da competência dos Estados-membros”, afirma.

Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, já deixou claro que não vai nascer um banco “mau” para resolver este problema que existe no sistema financeiro nacional. António Costa disse, na altura, que o país precisa de uma instituição especializada em recuperação de crédito que valorize os ativos e que “não os faça serem tratados como lixo”.

Outra solução, defende Dombrovskis, pode ser um mercado secundário para os NPL. É preciso “explorar mais iniciativas que facilitem o desenvolvimento de um mercado secundário para os NPL”, salienta. “Dados comparáveis e de elevada qualidade sobre os NPL são indispensáveis para que isto aconteça porque os investidores precisam de saber o que estão a comprar.” Por isso é que, como primeiro passo, “pedimos à Autoridade Bancária Europeia para investigar a possibilidade de criar linhas de orientação padronizadas dos dados sobre NPL”.

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