Portugal é “uma economia avançada”, diz diretor-geral da OMC

  • ECO
  • 31 Março 2017

No fim do Conselho de Ministros que trouxe Roberto Azevedo a Portugal, o diretor-geral da Organização Mundial de Comércio falou sobre as dificuldades do mercado laboral português.

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) considera Portugal “uma economia avançada, principalmente no contexto português”, mas reitera que há “preocupações muito importantes no mercado de trabalho” e que é preciso encontrar soluções para elas.

Roberto Azevêdo está em Portugal para participar no Conselho de Estado que começou esta sexta-feira às 10h15, com cinco ausências entre os conselheiros: os presidentes dos governos regionais dos Açores, Vasco Cordeiro, e da Madeira, Miguel Albuquerque, que estão em Bruxelas a participar no 4º Fórum das Regiões Ultraperiféricas; o neurocientista António Damásio, que ainda não tomou posse como novo conselheiro de Estado, o antigo presidente Aníbal Cavaco Silva, por motivos de saúde, e Leonor Beleza que estava com a Presidente chilena em visita à Fundação Champalimaud. O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues chegou mais tarde à reunião, porque também ele teve compromissos de agenda com a Chefe de Estado chilena no Parlamento.

“Não estávamos a falar de detalhes. Falámos das grandes tendências globais, de onde estamos agora na economia mundial e para onde caminha o comércio global”, disse Roberto Azevêdo no final do encontro que classificou como “uma conversa muito estratégica”.

Quanto à realidade do mercado de trabalho do século XXI, reconheceu que “é um mercado com muitas incertezas e inseguranças, principalmente para o trabalho que não tem um nível educacional muito alto e tem o seu emprego ameaçado pelas inovações tecnológicas”.

“O que fazer com essa força de trabalho? Que tipo de políticas podem ser adotadas em termos de qualificação da mão-de-obra e de assistência social?”, questionou ainda o diplomata brasileiro que está à frente da OMC desde setembro de 2013, estando já a cumprir o segundo mandato como diretor-geral desta organização de Bretton Woods, com sede em Genebra.

O diretor-geral da OMC foi ainda questionado se as políticas de Donald Trump estiveram em discussão, mas não quis adiantar-se nas avaliações, revelando apenas que se falou “sobre processos eleitorais recentes, em andamento e futuros” e que se discutiu “a necessidade de maior clareza”. “É precipitado dizer que os Estados Unidos vão adotar uma política comercial num sentido ou noutro. Ainda é muito cedo, vamos esperar e ver”.

"É precipitado dizer que os Estados Unidos vão adotar uma política comercial num sentido ou noutro. Ainda é muito cedo, vamos esperar e ver.”

Roberto Azevêdo

Director-geral da OMC

Roberto Azevêdo referiu que “o próprio representante comercial americano ainda não foi confirmado”. “Precisamos de ter a equipa comercial estabelecida, promovendo uma política comercial. Até aí, é difícil fazer qualquer tipo de comentário ou especulação sobre qual vai ser a política comercial americana. É um parceiro comercial importantíssimo, é um país importantíssimo, então todos estamos olhando para ver como tudo irá evoluir”, acrescentou.

No final desta reunião foi também divulgada uma nota informativa aos jornalistas, que refere apenas que o Conselho de Estado “analisou o enquadramento, a evolução e os desafios do comércio internacional, nomeadamente tendo em atenção o importante papel no crescimento económico e na criação do emprego, no futuro próximo, e as implicações para Portugal”.

No segundo e último parágrafo dessa mesma nota é recordado que “o Presidente da República convidou o diretor-geral da OMC, embaixador Roberto Azevêdo, para apresentar ao Conselho de Estado uma exposição introdutória, exposição essa que serviu de base para as intervenções dos senhores conselheiros”.

Esta foi a quinta reunião do Conselho de Estado desde que Marcelo Rebelo de Sousa é Presidente da República, e a mais curta. As anteriores reuniões, realizadas em 7 de abril, 11 de julho, 29 de setembro e 20 de dezembro, tiveram em comum a análise do futuro da Europa e duraram todas entre cinco e seis horas.

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