Londres: Cinco mortos e 40 feridos em “atentado terrorista” no Parlamento

Tiroteio nas proximidades do Parlamento britânico e do Palácio de Westminster fez cinco mortos e mais de 40 feridos confirmados pela Scotland Yard.

Polícias rodeiam dois indivíduos caídos dentro do perímetro do Parlamento, perto da entrada da ala esquerda, em Londres. Foram ouvidos tiros fora do edifício e pelo menos quatro pessoas estão mortas. A Polícia londrina confirma que os mortos foram um polícia, esfaqueado, o ataque, abatido pela Polícia, e duas outras pessoas que ficaram feridas no tiroteio. Fotografia: Robert Hutton/Bloomberg© 2017 Bloomberg Finance LP

Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas, na sequência de um “atentado terrorista” na tarde desta quarta-feira, em Londres, numa zona próxima do Parlamento britânico e do Palácio de Westminster. A notícia foi confirmada por fontes policiais da Scotland Yard, já esta noite. As cinco vítimas são um polícia — esfaqueado — o atacante, abatido pela Polícia, e mais três cidadãos que foram feridos durante o tiroteio.

O que se sabe até agora, segundo o The Guardian:

  1. Existiram dois incidentes perto do Parlamento britânico: um homem armado com uma faca feriu um polícia, que acabou por morrer, depois de ter atropelado várias pessoas na ponte de Westminster com uma carrinha.
  2. O alegado assassino foi abatido pela polícia depois de um incidente “sério”. É a segunda vítima.
  3. Existem várias testemunhas que viram um carro a dirigir-se para um número de pessoas na ponte de Westminster, antes de se dirigir para as grades do Palácio de Westminster;
  4. Pelo menos 20 pessoas foram feridas, estando a ser tratadas; dois desses feridos graves acabaram por morrer. São a terceira e quarta vítimas confirmadas até ao momento.
  5. O Parlamento está fechado com os deputados dentro dos seus escritórios e na Câmara principal;
  6. A estação de metro de Westminster foi fechada a pedido da polícia. O tráfego no rio Tamisa também.
  7. Já é oficialmente um “atentado terrorista”, de acordo com a polícia.
  8. A Polícia londrina afirma que há pelo menos 20 civis feridos mas que só se tratou da atuação de um atacante.
  9. Um membro do parlamento inglês e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Tobias Ellwood, tentou reanimar o polícia que foi morto, sem sucesso. Os seus esforços estão a ser louvados nos meios de comunicação e nas redes sociais.
  10. Theresa May foi evacuada do Parlamento assim que o ataque foi conhecido, mas já está reunida com os deputados e ativou o plano “Cobra”, o segundo mais grave no Reino Unido.
  11. Oito feridos já foram levados para o o Kings College Hospital London, avança a BBC. Dois estão em estado grave, os outros seis estão estáveis.
  12. O Parlamento britânico vai abrir amanhã à mesma hora, afirmou fonte da Câmara dos Comuns no Twitter.
  13. No Twitter, duas das hashtags mais populares no momento são #PrayForLondon e #WeAreNotAfraid. Seis dos dez assuntos mais falados são sobre o atentado de hoje.
  14. A identidade do suspeito do atentado já foi revelada por diversos meios de comunicação: chamava-se Abu Izzadeen e era um imã radical, nascido na zona leste de Londres, que incitava ao ódio contra os membros do Parlamento.

Segundo a BBC, há relatos de que foram trocados tiros numa zona próxima do Parlamento britânico e do Palácio de Westminster. Existem neste momento vários tweets de políticos e jornalistas a relatar estrondos fora dos edifícios. As testemunhas dizem ter visto feridos a serem tratados. Além disso, alegadamente foi visto um homem com uma faca. Uma fonte oficial da polícia britânica revelou à BBC que alguém foi baleado fora da Portcullis House. Segundo a Reuters, o alegado criminoso foi abatido pela polícia. O The Guardian já avança a confirmação de que se trata de um “atentado terrorista”. Segundo uma fonte oficial da segurança britânica, citada pela Reuters, ainda não foi apurada a motivação para este incidente.

Ainda segundo a BBC, as equipas parlamentares foram avisadas para ficarem dentro dos seus escritórios. A empresa Transport For London fechou a estação de metro de Westminster a pedido da polícia. Segundo o líder da Câmara dos Comuns um dos polícias foi apunhalado e o alegado criminoso foi baleado pela polícia, depois de um incidente “sério” dentro das instalações parlamentares. Segundo a Reuters, o porta-voz da primeira-ministra disse que Theresa May — que ia esta tarde ao Parlamento — estava a salvo. A Sky News avança que uma testemunha viu um carro atropelar uma pessoa perto desta zona.

A conta oficial de Twitter da polícia metropolitana de Londres confirma que os polícias estão a tratar de resolver o incidente. A polícia refere que foi chamada por volta das 14h40 ao serem reportados do que estava a acontecer inicialmente na ponte de Westminster.

Mais um tweet, de há poucos minutos, com uma atualização sobre uma mulher ferida que foi retirada do rio Thames.

O comandante BJ Harrington, da polícia londrina, já veio anunciar, numa conferência de imprensa: “Sabemos que há um número de pessoas afetadas, incluindo polícias, mas nesta fase não podemos confirmar o número de mortos nem a natureza dos ferimentos dos restantes”.

Craig Mackay, comissário do Met, está a ser tratado como testemunha, uma vez que estava no local à hora a que o atentado teve início.

Martin Garside, da Autoridade do Porto de Londres, confirma que o rio Thames se encontra fechado entre a Ponte Vauxhall Bridge e a Estação de Embankment.

Os membros do Parlamento britânico foram aconselhados a manter-se seguros dentro do edifício, apesar de a sessão ter sido suspensa.

Marcelo Rebelo de Sousa já se manifestou sobre o atentado: “Hoje é um dia muito especial para a Europa, porque no mesmo dia em que se lembram as vítimas dos atentados em Bruxelas, houve outro atentado em Londres. São ataques contra a Europa e contra a democracia. A Europa não pode facilitar, tem desafios pela frente que têm de ser encarados com firmeza”.

Quem também já reagiu aos incidentes foi o primeiro-ministro, António Costa.

Bernard Cazaneuve, primeiro-ministro francês, confirmou que se encontram vários estudantes franceses entre os feridos.

O Conselho Muçulmano no Reino Unido já partilhou um comunicado sobre o atentado: “Estamos chocados e tristes com o incidente em Westminster. Condenamos este ataque e, apesar de ainda ser demasiado cedo para especular sobre os motivos, os nossos pensamentos e preces estão com as famílias das vítimas. Prestamos homenagem ao contingente da polícia e dos serviços de emergência que estão a lidar com esta situação com tanta coragem. O Palácio de Westminster é o centro da nossa democracia e temos de garantir que continue a servir o nosso país e a sua população de forma segura e em segurança”.

Também Nicola Sturgeon, primeira-ministra escocesa, veio manifestar-se sobre o atentado: “Os meus pensamentos estão com todas as pessoas envolvidas neste terrível ataque que aconteceu hoje em Westminster, incluindo os serviços de emergência que têm respondido com coragem para assegurar a segurança das pessoas que estão no local”. Acrescentou ainda: “Na sequência do incidente, o Governo escocês tem estado a trabalhar muito proximamente com a polícia da Escócia (…) Tenho estado em contacto com o Parlamento e apoio completamente a decisão de suspender a audiência desta tarde. No entanto, deve ficar claro que sito não se deveu a nenhuma ameaça específica do Parlamento da Escócia. Estamos solidários com os nossos vizinhos do Governo de Londres e estamos dispostos a apoiá-los de todas as formas possíveis”.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai presidir a uma reunião do comité de emergência, ativando o protocolo “Cobra”, o segundo mais grave no Reino Unido, que inclui reunir os principais ministros para abordar o atentado terrorista em Londres, informou um porta-voz oficial, avança a Lusa.

Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, já ligou a Theresa May para lhe dar os pêsames pelo atentado, afirma o The Guardian.

David Cameron, ex-Primeiro-Ministro britânico, já se manifestou no Twitter:

Mark Rowley, chefe do departamento anti-terrorismo, falou também com os meios de comunicação: “O público pode contar com uma presença policial mais forte nas ruas de Londres nos próximos dias. Por favor, tenham cuidado, vão ver mais polícias armados e desarmados nas ruas”. Também alertou que a Polícia já mobilizou recursos “em massa” mas que pode chamar o contigente militar se se vier a revelar necessário. E acrescentou: “Foi um dia para o qual nos preparámos mas que desejámos que nunca chegasse. Infelizmente, agora é uma realidade”.

Donald Tusk, presidente do Concelho Europeu, também já prestou as suas condolências através da rede Twitter:

Tobias Ellwood, membro do parlamento inglês e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, está a ser considerado um dos heróis do dia, depois de ter tentado reanimar o polícia que foi morto, sem sucesso. Os seus esforços estão a ser louvados nos meios de comunicação e nas redes sociais.

O Parlamento britânico avisou, no Twitter, que as sessões da Câmara dos Lordes e dos Comuns vão decorrer como habitualmente, com a abertura à hora normal:

Entretanto, a primeira-ministra, Theresa May, falou à porta do número 10 de Downing Street, no início da noite desta quarta-feira. May condenou os acontecimentos do dia de hoje e enalteceu a prestação das forças das autoridades. Uma declaração que foi concluída com uma posição de força contra o ataque perpetuado próximo do Parlamento britânico. Theresa May destacou os “valores de democracia e liberdade” do Parlamento e frisou: “Deixem que seja clara que qualquer tentativa de derrotar os valores da liberdade está condenada ao fracasso. Isso vos prometo”, afirmou. “Nunca deixaremos que as vozes do ódio nos derrotem“, rematou a primeira-ministra britânica no fim da declaração.

(Notícia atualizada às 22h50, com o aumento do número de mortos para cinco.)

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