Esta estância de ski lucra mais quando não há neve

  • Bloomberg
  • 18 Fevereiro 2017

Depois de três Natais sem neve, alguns resorts de ski suíços estão a ganhar mais dinheiro em julho do que em dezembro.

Hans Grueter não vê nenhum problema nisto: depois de três Natais sem neve, alguns resorts suíços estão a fazer mais dinheiro em julho do que em dezembro. Grueter, executivo reformado do setor bancário, é dono de quase 11% da Bergbahnen Engelberg-Truebsee-Titlis, empresa que opera um dos poucos resorts de ski de capital aberto da Suíça, no sopé do Monte Titlis, com 3.238 metros de altura.

Nos últimos 18 meses, as ações pareciam qualquer coisa menos uma aposta vencedora, porque os lucros foram corroídos pela valorização do franco suíço, pelas restrições a vistos para visitantes chineses e pela falta de neve no Ano Novo. Mas Grueter — que tem um chalé de fim de semana na região — olha a longo prazo para a situação. A estratégia tem sido a correta: as ações da empresa triplicaram desde que ele comprou as primeiras em 2009, elevando o valor de seu ativo para cerca de 23 milhões de francos suíços (21 milhões de euros).

“Comprei as ações pela primeira vez quase como uma ação de benevolência, e desde então elas se multiplicaram muitas vezes”, disse ele.

Administrar uma estação de esportes de inverno é caro, o verão é mais rentável.

Hans Grueter

Bergbahnen Engelberg-Truebsee-Titlis

A opinião é partilhada por Norbert Patt, CEO da Titlisbahnen. Embora respondam por pouco mais da metade da receita total, as atividades de inverno contribuem apenas para cerca de 35% do lucro do resort. O restante vem dos gastos de turistas de verão, alpinistas e outros não esquiadores que ficam hospedados no hotel e que gastam em refeições, entradas para o teleférico, ciclismo na montanha e escalada de árvores.

A mudança ao longo do tempo ajudou o resort de ski a ultrapassar as incertezas geradas pela neve pouco confiável no início da estação. O investimento em tecnologia de produção de neve e a adoção do turismo o ano todo da China e da Índia também ajudou a compensar.

Turismo o ano todo

As ações da Titlisbahnen subiram 465% entre o fim de 2009 e 31 de janeiro de 2017 — incluindo dividendos –, produzindo um retorno anual médio de 28%.

A empresa tem conseguido manter-se à frente da concorrente americana Vail Resorts, de muito maior dimensão, cujas ações tiveram um aumento de três dígitos semelhante, mas que foi beneficiada por uma série de invernos norte-americanos com muita neve e várias aquisições, incluindo a da empresa Whistler Blackcomb Holdings, anfitriã dos eventos de ski dos Alpes dos Jogos Olímpicos de inverno de 2010.

A rival europeia Compagnie des Alpes, dona dos resorts franceses la Plagne e Méribel e também de estâncias de ski na Rússia e no Leste Asiático, tem tido um desempenho mais misto, ganhando 10% nos últimos 18 meses, mas em queda de 2% na última década.

As reservas nos dois complexos de hotéis e apartamentos da Titlisbahnen para maio e junho — período de pico para visitantes da Índia — estão “muito boas”, melhores do que em 2016, disse Patt. O período de julho a setembro é o mais movimentado para os turistas chineses, mas a procura desse país parece ter estabilizado, disse.

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