Carlos César: PSD e CDS podem criar uma nova comissão de inquérito

  • Marta Santos Silva
  • 16 Fevereiro 2017

O líder parlamentar do Partido Socialista afirma que os deputados do PSD e do CDS poderão procurar ter acesso à correspondência de Centeno e Domingues numa comissão com outro âmbito.

Carlos César defende que PSD e CDS podem, se assim entenderem, criar uma nova comissão de inquérito acerca da demissão da equipa de administração da Caixa Geral de Depósitos, na qual poderiam pedir acesso à correspondência entre António Domingues e Mário Centeno. Mas defendeu que, no âmbito da Comissão de Inquérito à Recapitalização da CGD, os partidos da esquerda tinham direito a impedir esse acesso por não se incluir no âmbito da comissão.

Perante a demissão de José Matos Correia da presidência da Comissão de Inquérito, Carlos César afirma que “o senhor deputado Matos Correia ou se enganou na comissão a que presidia ou pretende presidir a outra comissão”.

José Matos Correia apresentou como motivo da sua demissão o chumbo da maioria de esquerda à discussão na Comissão de Inquérito da correspondência entre Domingues, que se demitiu do posto de administrador da CGD, e o ministro das Finanças Mário Centeno. A demissão, afirmou o deputado do PSD, não é política mas sim de princípio, por estarem a ser impedidos os direitos de uma minoria parlamentar no âmbito da Comissão de Inquérito, o que subverte o objetivo do órgão.

Para Carlos César, o chumbo ao acesso aos emails explica-se pelo objetivo da comissão, que era “uma indagação das situações que levaram à necessidade da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. Não estão no âmbito desta comissão outras diligências sobre outras matérias”.

No entanto, o líder parlamentar do Partido Socialista sublinhou que os social-democratas e os centristas podem, se assim entenderem, constituir outra comissão parlamentar de inquérito cujo âmbito seja a demissão da anterior administração da Caixa Geral de Depósitos. “O PS entende que uma tal comissão pode ser constituída”, afirmou Carlos César, sublinhando que, desde que respeitasse a Constituição, a lei e o regimento da Assembleia da República, “tudo o que for feito com esse enquadramento é bem-vindo, porque para o PS a transparência faz parte da qualidade da vida democrática.

Questionado sobre se o PS colocaria entraves à criação de uma comissão com esse âmbito, Carlos César respondeu: “Se o PSD entender que deve ser constituída uma comissão parlamentar de inquérito, pode ao abrigo do regimento exercer esse direito, e nada o poderá impedir. O PS só tem de respeitar”.

Socialistas reagem no Twitter

Vários deputados do Partido Socialista reagiram à demissão de Matos Correia através da rede social Twitter, entre eles o deputado João Galamba, que afirma que o presidente demissionário da Comissão de Inquérito “acha que o objeto [da comissão] é flexível e é, a cada momento aquilo que a minoria quiser”.

Também o deputado Ascenso Simões atacou Matos Correia nas redes sociais, escrevendo: “Já me tinham dito que Matos Correia era só proa. Hoje confirmei…”. O líder da Juventude Socialista e deputado, Ivan Gonçalves, questionou os motivos da demissão de Matos Correia da CPI.

“Matos Correia demite-se porque a CPI à recapitalização da CGD não permitiu vasculhar SMS trocadas sobre um assunto que não está no seu âmbito?”, perguntou o deputado socialista.

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