CGD: “Governo fez marosca com Decreto-lei”

Luís Marques Mendes critica a postura adotada por Mário Centeno na CGD. Diz que "não se portou como um homenzinho". E atacou António Costa, acusando-o de manipular a publicação do Decreto-lei.

António Domingues e Mário Centeno tinham um acordo sobre a confidencialidade das declarações de património. Isso ficou provado com as cartas divulgadas pelo ECO. Luís Marques Mendes diz que Centeno “não se portou como um homenzinho” neste processo, acusando ainda António Costa de manipular a publicação do Decreto-lei que permitia essa confidencialidade ao ex-presidente da CGD. Diz que houve “marosca”.

“Conjunto de elementos divulgados pelo ECO, que teve aqui um furo jornalístico, fica confirmado o que todos sabiam: houve, de facto, um acordo. Ninguém no país tem dúvida. Claro que houve acordo. Chame-se acordo, compromisso ou entendimento. Seja escrito ou verbal. Seja por carta, por email ou por SMS“, afirmou no seu comentário semanal na SIC.

“António Domingues fez um pedido para não entregar a declaração e rendimentos. Bastava que Mário Centeno tivesse dito que não aceitava. Acabava-se”, mas não foi isso que aconteceu. E as cartas divulgadas na última semana mostram que Centeno não o fez. “O povo costuma dizer que quem cala, consente”. “O que correu mal foi que isto veio a público”, disse. Mas só porque houve “marosca”.

Estava tudo “preparado para ficar em segredo. Estava tudo feito para ser secreto. O Governo fez uma coisa que é feia, não é normal e inaceitável. O Governo manipulou a data deste Decreto em Diário da República, Qualquer Decreto-lei tem data de aprovação e data de promulgação”.

Mas o “Governo congelou este Decreto-lei, manipulou a data. Só foi publicado a 28 de julho no início das férias da Assembleia da Republica. O Governo queria diminuir o risco de os deputados se aperceberem”, que podiam chamar o Decreto a apreciação parlamentar. Neste ponto, Marques Mendes acusa Costa. “A manipulação do Decreto-lei é mais com António Costa”.

Centeno fica… mas fragilizado

Marques Mendes diz que “tudo isto é um processo em que houve acordo, não precisa ser verbal. E houve a preocupação de fazer com que não houvesse marosca. Isto é uma trica? Não“, contrariamente à classificação que António Costa fez de todo este processo. Centeno saiu fragilizado, mas não sai do Governo.

“Mário Centeno não é um génio político. Mas era uma pessoa respeitada, não tanto pela qualidade política, mas pelos resultados. A partir de agora, fica fragilizado. Quem perde o respeito, perde a autoridade. Ele não vai sair [do Governo] porque estamos em Portugal“, disse, acrescentando que “o ministro não se portou nem com hombridade nem com humildade. Não se portou como um homenzinho” neste processo da CGD.

“Se António Domingues divulgar SMS comprometedores, a situação complica-se. Mas sem isso, não cai. Se isto acontecesse lá fora, Mário Centeno já tinha caído“, rematou. Mas, conclui Marques Mendes, “a saída dele [Mário Centeno] era um tiro no porta-aviões. E António Costa não o vai permitir”, rematou.

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