Macedo acusado de pressão política no caso “O Negativo”

O ex-presidente do INEM acusou o antigo ministro da Saúde de “grandes pressões políticas”. Em causa está a reintegração de Helena Lalanda e Castro, irmã de Paulo Lalanda e Castro, ex-responsável da Octapharma suspeito de vários crimes como o de corrupção ativa para ato ilícito. A suspeita recai sobre a influência da empresa nos júris que deram venda exclusiva do plasma sanguíneo aos hospitais públicos. O negócio entretanto já deixou de ser exclusivo dos privados.

Segundo Paulo Campos, ex-presidente do INEM demitido no início de 2016 pelo atual ministro da Saúde, o próximo presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, tê-lo-á pressionado a reintegrar Helena Lalanda e Castro, técnica superior da Administração Regional de Saúde de Lisboa, que queria voltar ao INEM, avança o Correio da Manhã esta quinta-feira.

Campos foi diretamente à Unidade de Combate à Corrupção da Judiciária denunciar à Polícia Judiciária as alegadas ordens diretas que recebeu, em 2014, de Macedo, mas também de Leal da Costa, o então secretário de Estado Adjunto. O caso pode configurar um crime de tráfico de influências.

Este caso cruza-se com um outro: o da Operação Marquês. Nas escutas deste caso judicial surgem conversas de José Sócrates com Paulo Lalanda e Castro, nas quais o ex-primeiro-ministro garante ao ex-responsável da Octapharma que foi assegurada a colocação de uma pessoa de confiança num lugar estratégico.

Segundo o CM, essa pessoa seria Helena Lalanda e Castro e o cargo era o de direção da logística do INEM. É aqui que entra Paulo Campos: o médico era presidente do INEM na altura e recusou a integração da irmã de Paulo Lalanda e Castro. Na denúncia que fez, Campos refere as datas das alegadas pressões políticas e das reuniões no Ministério da Saúde, datando-as de maio de 2014.