Conheça os detalhes do plano da Caixa

  • Rita Atalaia
  • 7 Dezembro 2016

A margem financeira da CGD deve crescer 400 milhões até 2020. É isso que estava previsto no plano estratégico pela administração de António Domingues.

A margem financeira da Caixa Geral de Depósitos (CGD) deve aumentar nos próximos quatro anos. Uma subida que deve resultar da redução da remuneração paga pelos depósitos. Estes dados constam do plano estratégico criado ainda pela administração de António Domingues. Paulo Macedo disse esta segunda-feira disse que “a Caixa precisa de desenvolver o seu trabalho e pôr em prática o plano que está aprovado”.

O Jornal de Negócios avança que, do lado das receitas, prevê-se que a margem financeira — diferença entre os juros cobrados e os que remuneram os depósitos — suba 400 milhões nos próximos quatro anos. O jornal diz que a maioria desta subida resultará da redução da remuneração paga pelos depósitos.

O jornal acrescenta que a descida das taxas de juro pagas nos depósitos está em linha com a evolução do mercado. O documento tem como pressuposto que as taxas de mercado se mantenham negativas ao longo dos próximos exercícios, podendo fixar-se em 0%. Em termos médios, a remuneração dos depósitos deverá baixar de mais de 0,6% para 0,2%.

Outra aposta é o aumento das comissões, sobretudo com a venda de seguros. Esta subida tem impacto no produto bancário, que será de quase mil milhões de euros em 2016, avançando até 1,75 mil milhões de euros em 2020. O crescimento médio de 15% em cada um dos quatro anos resulta do aumento de comissões aos clientes e spreads no crédito. Além disso, o plano prevê a venda de operações em Espanha, Brasil e África do Sul e encerramentos em Nova Iorque e Londres.

Caixa terá prejuízos entre dois e três milhões de euros

Estes dados estão no plano estratégico elaborado pela administração de António Domingues, que resulta do acordo com a Comissão Europeia e com o Banco Central Europeu. Os restantes detalhes do plano estratégico já tinham sido avançados pelo Expresso, na edição de fim de semana (acesso pago). O jornal noticiou que a CGD vai fechar as contas de 2016 com prejuízos entre dois e três mil milhões de euros.

O valor final só ficará abaixo dos três mil milhões de euros por efeitos fiscais. Como? De acordo com a notícia publicada no sábado, além das perdas do ano, a Caixa vai contabilizar imparidades relacionadas com o passado assumindo perdas em créditos que têm pouca probabilidade de serem pagos. O valor final das imparidades aproxima-se do montante que o Estado prevê injetar (2,7 mil milhões de euros). Portanto, a CGD fica “limpa” e prevê lucros no próximo ano. O Jornal de Negócios acrescenta que depois da limpeza inicial do balanço, o esforço de imparidades deve cair 150 milhões até 2020, em termos anualizados.

Os lucros continuam nos anos seguintes e em 2020 atingirão 670 milhões de euros. O Estado vai então receber dividendos — nesse ano a rentabilidade do capital será de 9% — mas, até lá, é preciso cortar custos e aumentar receitas. Entre 2017 e 2020 deverão sair 2.240 pessoas do banco, diz o plano recentemente apresentado às direções internas da Caixa. Acrescem as 490 saídas em 2016. Mas aqui estão apenas incluídas pré-reformas e reformas. Do encerramento de 180 balcões até 2020 poderão resultar rescisões pontuais. Portanto, os custos operacionais devem baixar 150 milhões. O Negócios diz que o banco vai poupar 75 milhões graças ao corte dos encargos com fornecedores e mais 75 milhões com a redução da despesa com pessoal.

(Notícia atualizada às 10h41)

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