Economia suíça surpreende com estagnação

De forma inesperada, a Suíça registou um crescimento nulo no terceiro trimestre do ano. Fraca procura doméstica e menos consumo público condicionaram economia helvética.

A economia da Suíça estagnou terceiro trimestre do ano, naquele que foi o primeiro trimestre sem expansão económica em mais de um ano, com a fraca procura doméstica e a queda dos gastos públicos a pressionaram as contas helvéticas.

A estagnação observada no último trimestre segue-se a um crescimento da riqueza em 0,6% nos três meses até junho, e compara com a média de 0,3% que os economistas sondados pela Bloomberg esperavam de taxa de expansão económica na Suíça. Apesar do crescimento nulo, o gabinete de estatísticas do país não considera que o fraco desempenho seja um sinal de que a retoma económica esteja em causa.

“Este lento crescimento não tem tanto a ver com o franco suíço forte, mas tem a ver com fatores especiais — como por exemplo, não houve um impulso de crescimento da parte do setor da Saúde, o que é pouco habitual”, referiu Ronald Indergrand, diretor do departamento de economia da SECO, à Bloomberg. “Acreditamos que se tratou de um trimestre isolado e que a recuperação da economia não está em risco por causa do franco suíço forte“, acrescentou.

Se o setor exportador de bens deu um forte contributo à criação de riqueza na Suíça, apresentando um crescimento de 1,2% face ao trimestre anterior, graças sobretudo à forte procura estrangeira pela indústria farmacêutica, já os serviços viram as vendas ao exterior cair 0,8%.

"Este lento crescimento não tem tanto a ver com o franco suíço forte, mas tem a ver com fatores especiais — como por exemplo, não houve um impulso de crescimento da parte do setor da Saúde, o que é pouco habitual. Acreditamos que se tratou de um trimestre isolado e que a recuperação da economia não está em risco por causa do franco suíço forte.”

Ronald Indergrand

Diretor do departamento de economia da SECO

Enquanto isso, o gastos das famílias cresceu apenas 0,1%, ao passo que o investimento em equipamento (indicador que serve para medir os gastos das empresas) registou uma subida de 0,5%. Já a despesa pública caiu 0,1%, sendo a primeira vez que esta rubrica cai desde o início de 2014.

“A maior surpresa foi mesmo a fraca situação doméstica. A produção das fábricas foi relativamente sólida. Outros setores como a indústria do turismo que tem estado sob pressão por causa do franco forte também não se comportaram assim tão mal”, frisou Indergrand.

O Banco Nacional da Suíça, que foi um dos principais responsáveis pela forte apreciação da moeda suíça quando abandonou o objetivo de taxa de câmbio mínima em 2015, vai apresentar a sua visão da economia helvética para 2017 no próximo dia 15 de dezembro.

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