Governo saudita garantiu pagamento de salários em atraso a 80 portugueses

  • Lusa
  • 21 Novembro 2016

Há 80 trabalhadores portugueses da construtora saudita que estão desde o final do ano passado sem receber. Trinta abandonaram, entretanto, a Arábia Saudita.

O governo da Arábia Saudita comprometeu-se a garantir o pagamento dos salários em atraso há mais de um ano, bem como outras dívidas, a 80 portugueses empregados pela construtora Saudi Oger, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.

Numa resposta ao Bloco de Esquerda, que o questionou acerca da situação, o MNE informou que o ministro do Trabalho saudita “comprometeu-se formalmente a garantir o pagamento dos salários em atraso e a regularização da totalidade das dívidas aos trabalhadores portugueses”, num encontro a 5 de outubro, em Riade, com o secretário de Estado das Comunidades.

Após esse encontro, prossegue o MNE, o secretário de Estado reuniu-se com os trabalhadores na embaixada portuguesa em Riade para lhes transmitir a posição do governo saudita e lhes pedir que confirmassem junto das autoridades sauditas os montantes que lhes são devidos.

Dos 80 trabalhadores implicados, 30 abandonaram entretanto a Arábia Saudita, sem que nenhum tenha pedido apoio à embaixada portuguesa para o regresso a Portugal, e 50 permanecem no país, não pretendendo abandoná-lo enquanto não recuperarem o montante que lhes é devido, segundo a resposta, datada de 11 de novembro e divulgada pelo Bloco de Esquerda (BE).

Na pergunta, enviada a 10 de outubro, o BE descreve a situação dos 80 trabalhadores da construtora saudita Saudi Oger como estando “há quase um ano sem salários e subsídio de alojamento, em condições de miséria, fome, endividamento e sem assistência médica”.

Num contacto com a Lusa em setembro, alguns dos trabalhadores relataram estar “em desespero”, numa “situação muitíssimo complicada, sem dinheiro, sem seguros de saúde ou assistência médica e sem condições de alojamento”.

A Saudi Oger, uma das maiores empresas de construção sauditas que chegou a empregar 24.000 pessoas, viu a sua situação financeira deteriorar-se depois de o governo saudita, ante a acentuada quebra nas receitas do petróleo, adotar um plano de redução da despesa que levou ao cancelamento de dezenas de obras públicas e ao adiamento de pagamentos às construtoras.

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