Monte dei Paschi vai eliminar 2.600 postos de trabalho

Além da redução de empregos, banco italiano vai fechar 500 agências e vender algumas unidades de negócio para fazer face aos problemas que tem enfrentado.

Um dos mais problemáticos bancos da Zona Euro, o italiano Monte dei Paschi di Siena, está a planear cortar 2.600 postos de trabalho, fechar 500 agências e alienar algumas unidades de negócio e outros ativos tóxicos, como o crédito malparado, no sentido de acelerar o plano de reestruturação e voltar ao lucros dentro de dois anos.

O mais antigo banco do mundo tem como meta atingir um lucro de cerca de 980 milhões de euros em 2018 e de 1,11 mil milhões de euros no ano seguinte. Como forma de atingir esse objetivo, o banco italiano está a vender a sua operação relacionada com cartões de crédito e a sua plataforma para recuperar crédito em risco, adiantou esta terça-feira o Monte dei Paschi em comunicado, adiantando ter recebido uma oferta do Istituto Centrale delle Banche Popolari Italiane para comprar essa unidade por 520 milhões de euros.

“O relançamento do negócio comercial será baseado na aceleração do processo de digitalização e no maior foco no retalho, pequenos negócios”, revelou o banco.

"O relançamento do negócio comercial será baseado na aceleração do processo de digitalização e no maior foco no retalho e pequenos negócios.”

Monte dei Paschi

Bloomberg

Marco Morelli, CEO do banco há apenas seis semanas, procurar implementar o processo de reorganização do banco para melhorar a rentabilidade do banco que, nos últimos testes de stress, em julho, foi considerado como o mais frágil em toda a Zona Euro.

Como parte da reestruturação, o Monte dei Paschi está também vendedor de ativos com o malparado na ordem dos 28 mil milhões de euros, estando em negociações com a Atlante, o fundo de resgate do banco italiano, para alienar parte destes ativos. Adicionalmente, vai avançar para um aumento de capital na ordem dos cinco mil milhões de euros para fazer face às perdas com o crédito em risco. Esta operação deverá ficar concluída até final do ano e será realizada em várias tranches, incluindo uma troca de dívida por capital e ainda uma parte reservada a potenciais investidores de referência. Os acionistas aprovam no dia 24 de novembro o plano de capitalização.

As ações do banco dispararam quase 30% até aos 34,7 cêntimos na sessão desta segunda-feira, avaliando o banco em cerca de mil milhões de euros. Na última semana, o Monte dei Paschi já tinha valorizado 58%, uma valorização que não disfarça, ainda assim, as perdas de 72% que continua a registar desde o início do ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Monte dei Paschi vai eliminar 2.600 postos de trabalho

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião